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"Pensar a pura vida": Dialética como crítica gramatical

Resumo

Argumento que o modelo hegeliano de liberdade depende da dissolução de dicotomias rígidas entre história e natureza. Em última instância, sugiro que tal superação ganharia efetividade através de um conceito corporificado de agência, no qual a singularidade de cada organismo concreto encontrasse expressão normativa em sua forma de vida. Para isso, sugiro que a tese dialética da identidade especulativa entreteça crítica social e crítica à linguagem filosófica. Chamarei esse entretecimento de crítica gramatical, mostrando como seu momento terapêutico o recurso hegeliano ao conceito de vida. A vida seria a primeira atualização da normatividade que o espírito busca realizar a nível social. Isso me permitirá apresentar o bloqueio normativo de sua infinitude como critério para o diagnóstico de patologias sociais, as quais se instanciariam na oposição rígida entre corpo e mente. Ao final, recorro à noção adorniana de “recordação da natureza” para mostrar como a elaboração de uma forma de vida emancipada dependeria da viabilidade de seus agentes para conjugar reflexivamente aquela normatividade vital.

Palavras-chave

agência corporificada, formas de vida, gramática filosófica, história natural, natureza em Hegel

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