A leitura de Hegel de Alexandre Kojève e seu duplo legado
Resumo
Kojève representa um ponto axial não apenas para a recepção de Hegel no século XX, mas para a filosofia continental como um todo. Ao ler Hegel de maneira unilateral, com lupa na lógica da relação senhor-servo, Kojève implodiu a filosofia da história tradicional e antecipou, de dentro do hegelianismo, tratamentos da temporalidade histórica que se apresentariam em oposição a Hegel com a emergência do estruturalismo francês. Também o humanismo e a noção forte de um sujeito produtor do mundo colapsam por força de si mesmas na leitura de Kojève. A autora demonstra assim como essa “dupla indisponibilidade” – do homem e da história – que tão bem caracteriza a filosofia continental da segunda metade do século XX encontra sua precursora nos seminários de Kojève.
Palavras-chave
fim da história, fim do homem, Hegel, Kojève