A divisão da Ciência da Natureza na Enciclopédia Filosófica para Classe Superior (1808 s.)
Resumo
RESUMO: Visa-se compreender a proposta de sistema que Hegel possuía em seu período em Nuremberg, tempo em que era reitor e professor do Ginásio de Nüremberg (1808-1816), do qual dispomos da Propedêutica Filosófica, que se trata dos cadernos originais, utilizados pelo filósofo em seu ensino de filosofia durante o período de 1808 à 1811, textos que não constituem um escrito orgânico mas um conjunto de textos de circunstância, nos quais Hegel se entrega à difícil tarefa de abrir à filosofia as mentes juvenis, acabando por nos dar uma verdadeira síntese de seu sistema, em uma pedagogia tentativamente simples e direta. Nessa compilação encontramos sua Enciclopédia Filosófica para Classe Superior, que nos fornece uma Ciência da Natureza, segundo momento do sistema, que traz a Matemática, e não a Mecânica como encontramos na Enciclopédia berlinense, como primeira seção. Nessa divisão, que também será a da versão heidelberguiana, a Mecânica faz parte da segunda seção, a Física Inorgânica. Cabe-nos saber: por que Hegel deixa essa divisão? Juntamente com intérpretes como Hösle, buscaremos compreender esta questão determinando qual o lugar da matemática no sistema de Hegel.
ABSTRACT: This article aims at comprehending Hegel´s systematic purpose during his time in Nuremberg, when he was headmaster and school teacher (1806–1816). From this time, whe have the Philosophical Propaedeutics, whose original notes were used by the philosopher during his teaching years in the period of 1808 to 1811 - texts which do not constitute an organic writing, but a group of casual texts in which Hegel devoted himself to the hard work of teaching philosophy to young people, finally giving us a true synthesis of his system in a simple and pedagogical way. In this collection of notes, we find the Philosophical Encyclopaedia of the Superior Class, yielding a “Natural Science“ as the second moment of the system, which contains Mathematics instead of Mechanics as its first section, differently from the Berlin Encyclopaedia . In this division, which also will be that of the Heidelberg version, Mechanics is a part of the second section, the Inorganic Physics. This raises the question: Why does Hegel abandon this division? Along with interpreters like Hösle, we will try to understand this question, determining the place of mathematics in Hegel’s system.