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A natureza como objeto sensível, múltiplo e contraditório

Abstract

RESUMO: O presente trabalho visa elucidar a concepção hegeliana da natureza como exterioridade contraditória, que é caracterizada pela ausência da unidade do conceito e, ao mesmo tempo, tende a tal unidade. Defende-se que essa concepção implica que uma filosofia da natureza no sentido hegeliano tem por objetivo pensar a alteridade da natureza como tal, e não extingui-la. Com base nisso, discute-se finalmente a questão de em que sentido Hegel aceita a ideia de um desenvolvimento da natureza, negando-lhe o tipo de desenvolvimento que é característico do espírito e rejeitando a tese comum de um transformismo natural.


ABSTRACT: The present paper aims at elucidating the hegelian conception of nature as contradictory externality, which is caracterized through the absence of the unity of the concept and, at the same time, the tendency to develop such unity. As will be argued, this conception implies that a philosophy of nature in the hegelian sense intends to conceive nature’s otherness as such, and not to eliminate it. Based on this result, we finally discuss the question in what sense Hegel accepts the idea of a development of nature, in spite of his denial of the idea that nature is capable ot the kind of development which is a caraceristic of spirit, and of his rejection of the common thesis of natural transformism.

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