Gerd Bornheim leitor da Estética de Hegel
Resumo
Este artigo analisar a leitura que Gerd Bornheim faz da estética de Hegel, com o intuito de mostrar em que sentido ela desempenha um papel fundamental dentro do pensamento do filósofo brasileiro sobre a questão da História. Além disso, trata-se de fazer um recorte sobre o panorama dos debates filosóficos na cidade do Rio de Janeiro no começo dos anos 1990 para mostrar o quanto o fato de Bornheim estar lendo e discutindo Hegel e Marx colocava-se na contramão da tendência dominante da época, fortemente marcada por uma resistência a ambos os pensadores em função do colapso do sistema soviético em 1989. Embora em Dialética Bornheim alinhava-se a Heidegger para fazer uma crítica à noção de totalidade na filosofia da história de Hegel, ele não aderia à proposta de “retorno à origem”, popular nos departamentos de filosofia no Rio de Janeiro na época, heideggeriana. Argumentando o quanto o tema da sensibilidade seria ele mesmo um obstáculo para o idealismo de Hegel, Bornheim busca construir um sentido para a História baseado na assunção do tema da diferença na filosofia do século XX.
Palavras-chave
Gerd Bornheim, Estética de Hegel, Filosofia da História