Como falar do não-sentido? Foucault, Derrida e a tentativa de escapar de Hegel pelo riso de Bataille
Resumo
A despeito de todas as profundas mudanças pelas quais o trabalho de Foucault passou durante a década de 1960, há um ponto de crítica continuamente repetido por Derrida: Foucault se manteria dentro de um referencial hegeliano. Para Derrida, Foucault, em sua antecipação do pensamento transgressor de Georges Bataille, pode ter encontrado o caminho certo para escapar da dialética, contudo, ao tentar sintetizar transgressão e estruturalismo em As palavras e as coisas, essa possibilidade ameaça se fechar novamente. Derrida, por sua vez, transforma a transgressão de Bataille de tal forma que permite realizar uma crítica fundamental do conceito de conhecimento. Sob a perspectiva dessa crítica, não só se abre uma saída para a identificação dialética do Outro, mas também se pode constatar como muitos esforços filosóficos que se imaginam além de Hegel continuam à sua sombra.
Palavras-chave
estruturalismo, linguagem, loucura, riso, transgressão